ENGLISH
|
PORTUGUÊS
|
Center for a Stateless Society
|
Centro por uma Sociedade Sem Estado
|
building awareness of the
market anarchist alternative
|
na construção da consciência da alternativa
anarquista de mercado
|
Free Trade? Free Your Mind
|
Livre Mercado? Abram os Olhos!
|
French translation at http://comedieus.blogspot.com.br/2012/05/kevin-carson-libre-echange-ouvrez-les.html
|
Tradução
para o francês em http://comedieus.blogspot.com.br/2012/05/kevin-carson-libre-echange-ouvrez-les.html
|
Carson v. Sanders and Somin.
|
Carson contra Sanders e Somin.
|
Afixado
por Kevin
Carson em 4 de maio de 2012 em Commentary
|
|
On Tuesday’s (May 2) “The Ed Show” on
MSNBC, US Senator Bernie Sanders (I-VT) reiterated, as he has so often, that
what he insists on calling “unfettered free trade” has destroyed jobs in
Vermont. At his official website he blames such “unfettered free trade
policies” for our shrinking middle class, job loss, and ever-widening gap
between the rich and poor.
|
No
“Programa do Ed” (2 de maio) do MSNBC o Senador dos Estados Unidos Bernie
Sanders (I-VT) reiterou, como amiúde tem feito, que o que ele insiste em
chamar de “livre comércio sem entraves” destruiu empregos em Vermont. Em seu
site oficial ele culpa tais “políticas de livre comércio irrestrito” pelo
encolhimento de nossa classe média, perda de empregos e pelo fosso cada vez
maior entre os ricos e os pobres.
|
Meanwhile, The Volokh Conspiracy’s Ilya
Somin writes (in a commenting at Bleeding Heart
Libertarians): “I think US trade policy (which has done a lot to promote free
trade, which even most left-wing economists see as beneficial to the poor) …
generally [does] a lot more good than harm.”
|
Ao
mesmo tempo, Ilya Somin, de A Conspiração Volokh, escreve (num comentário
no Libertários de Coração Terno): “Acho que a política comercial dos Estados
Unidos (que fez muito para promover o livre comércio, o que até os
economistas mais esquerdistas veem como benéfico para os pobres) …
geralmente [provoca] muito mais bem do que mal.”
|
This common conflation of “free trade” with
the existing policies of the U.S. government, coming from seemingly opposite
ends of the American political spectrum, bears some remark — especially
considering U.S trade policies are nearly the reverse of free trade.
|
Essa
identificação comum entre “livre comércio” e as políticas existentes do
governo dos Estados Unidos, vinda de extremos aparentemente opostos do
espectro político estadunidense, merece algumas observações — especialmente ao
considerar-se que as políticas comerciais dos Estados Unidos são praticamente
o inverso de livre comércio.
|
The “unfettered free trade” Sanders accuses
of destroying jobs and polarizing wealth is actually highly fettered,
corporate-administered trade. The majority of so-called “international trade”
is in fact the transfer of finished and unfinished goods between national
subsidiaries of transnational corporations — actually an internal process
within the administrative bureaucracies of giant global corporations. And the
so-called “free trade” polices promoted by the American state are highly
authoritarian regulations that enforce these corporate bureaucracies’
stranglehold on world trade.
|
O
“livre comércio sem entraves” que Sanders acusa de destruir empregos e
polarizar a riqueza é na realidade comércio altamente restrito administrado
pelas corporações. A maioria do assim chamado “comércio internacional” é na
verdade transferência de bens acabados e não acabados entre subsidiárias
nacionais de corporações transnacionais — na verdade um processo interno às
burocracias administrativas de corporações globais gigantescas. E as assim
chamadas políticas de “livre comércio” promovidas pelo estado estadunidense
são regulamentações altamente autoritárias que potenciam a gravata que essas
burocracias corporativas aplicam no pescoço do comércio internacional.
|
Contra Somin, not only does U.S. trade
policy not “do a lot to promote free trade,” it does the opposite. The
centerpiece of American “free trade” agreements, far from simple tariff
reduction, is the imposition of “intellectual property” monopolies through
which corporate bureaucracies maintain control over international trade.
|
Contra
Somin, a política comercial dos Estados Unidos não apenas não “faz muito para
promover o livro comércio” como faz o oposto. O âmago dos acordos
estadunidenses de “livre comércio,” longe de constituir na simples redução de
tarifas, é a imposição de monopólios de “propriedade intelectual” por meio
dos quais as burocracias corporativas mantêm controle do comércio
internacional.
|
As I’ve frequently pointed out,
“intellectual property” serves the same protectionist function for the global
corporate economy that tariffs did for national industrial economies a
century ago. Patents and copyrights — just like tariffs — restrict who is
allowed to sell a given good in a particular market.
|
Como
tenho frequentemente destacado, a “propriedade intelectual” desempenha a
mesma função protecionista em relação à economia corporativa global que as
tarifas desempenharam em relação às economias industriais nacionais de há um
século. Patentes e copyrights — do mesmo modo que tarifas — restringem quem
tem permissão para vender determinado bem em determinado mercado.
|
It’s this monopoly which enables one
transnational corporation’s headquarters to outsource actual production to
Shenzhen job shops while retaining control of marketing and “intellectual
property,” charging a $200 brand-name markup for sneakers that cost $5 to
make. It does this by making it illegal for those same job shops to produce
identical shoes, minus “the Swoosh,” and market them domestically for $10.
|
É esse
monopólio que permite à sede de uma corporação transnacional terceirizar a
produção real para fabriquetas de Shenzhen mantendo ao mesmo tempo controle
da comercialização e da “propriedade intelectual,” cobrando sobrepreço de
marca de $200 dólares por tênis com custo de produção de $5 dólares. Faz isso
tornando ilegal para aquelas mesmas fabriquetas produzirem calçados
idênticos, exceto o logotipo “Swoosh,” e comercializá-los domesticamente por
$10 dólares.
|
These monopolies prevent competition from
passing along cost savings from innovation to the consumer, so that state
privileged corporations can instead enclose it as a source of rent. Patents
on dual-purpose technology enable Western TNCs to secure lockdown on the
latest generation of production technology and prevent the emergence of
indigenous competition in the Third World.
|
Esses
monopólios impedem a competição de passar para o consumidor economias de
custos decorrentes da inovação, de tal modo que as corporações privilegiadas
pelo estado, elas sim, é que podem enclausurar essas economias como fonte de
renda. Patentes de tecnologia de duplo uso - civil e militar - permitem que
as transnacionais ocidentais assegurem o congelamento da última geração de
tecnologia de produção e impeçam o surgimento de competição nativa no
Terceiro Mundo.
|
Because of this highly statist system of
global “intellectual property” law, the great majority of TNC profits are
royalties on copyright or embedded patent rents on the intangible value of
physical goods. The most profitable industries in the global economy are
either heavily dependent on IP (entertainment and software), heavily
subsidized by home governments (armaments and agribusiness), or both
(biotech, electronics, pharma).
|
Por
causa desse sistema altamente estatista de lei mundial de “propriedade
intelectual,” a grande maioria dos lucros das companhias transnacionais é
formada por rendas auferidas de copyright ou patentes embutidas sobre o valor
intangível de bens físicos. As indústrias mais lucrativas da economia global
são ou altamente dependentes de IP [propriedade intelectual] (entretenimento
e software), altamente subsidiadas por governos domésticos (armamentos e
agronegócio), ou ambos (biotecnologia, eletrônica, farmacêuticos).
|
The global corporate economy, and the
“intellectual property” regime at the heart of it, are almost as dependent as
was the Soviet nomenklatura’s system of power on totalitarian information
controls. “Digital Rights Management,” anti-circumvention laws, website
seizures without due process, ubiquitous surveillance, etc., constitute a
level of police statism equivalent to that of the Drug War. It’s no
coincidence that offenders against this information control regime, like the
old Samizdat publishers, are known by the state as “pirates.”
|
A
economia corporativa global, e o regime de “propriedade intelectual” em
seu cerne, são quase tão totalmente dependentes de controles totalitários da
informação quanto o era o sistema de poder da nomenklatura soviética. “Gestão
de Direitos Digitais,” leis contra o aproveitamento de brechas tecnológicas,
confiscos de sites sem o devido processo legal, controle/escuta/fiscalização
onipresente etc. constituem um nível de estatismo policial equivalente ao da
Guerra às Drogas. Não é coincidência os ofensores desse regime de controle da
informação, de modo semelhante aos antigos publicadores que praticavam samizdat, serem
conhecidos pelo estado como “piratas.”
|
Then there’s the highly profitable category
of extractive industries. You don’t even want to think about the massive
evictions and population clearances, state preemption of vacant land, and
slave labor that’s gone into colonial mining operations around the world.
|
E há em
seguida a altamente lucrativa categoria das indústrias extrativas. Não dá nem
vontade de pensar nos despejos maciços e na mudanças forçadas de residência
de populações, na preempção, pelo estado, de terra desocupada, e do trabalho
escravo tendo lugar em operações coloniais de mineração em todo o mundo.
|
In agriculture, you’ve got Washington and
World Bank technocrats colluding with local governments and landed
oligarchies to enclose formerly peasant-occupied and -cultivated land for
cash crop production, using GM seeds with terminator genes from Monsanto and
working on contract for Cargill and ADM to raise feed for McCattle — while
the peasants formerly feeding themselves on their own land are either driven
to working as agricultural day-laborers or starve in the gutters and
shantytowns of Nairobi and Calcutta.
|
Em
agricultura, tem-se os tecnocratas de Washington e do Banco Mundial em
conluio com governos locais e oligarquias fundiárias para enclausurar terra
antes ocupada por camponeses, e por eles cultivada, tornando-a produtora de culturas comerciais, usando sementes da Monsanto geneticamente modificadas com genes
esterilizadores inseridos, e trabalho mediante contrato com a Cargill e a ADM
para produzir alimentos para animais para a McCattle — enquanto os camponeses
que alimentavam-se a si próprios mediante cultivo da própria terra são ou
empurrados para trabalhar como trabalhadores agrícolas diaristas ou morrem de
inanição nas sarjetas e favelas de Nairóbi e Calcutá.
|
When supposed political adversaries share
common vocabularies and conceptual frameworks, you know something’s up. The
implication is that “both sides” in our mainstream political narrative, far from
being either mutually exclusive or mutually exhaustive, span the ideological
spectrum from L-O and share probably 80% of their assumptions in common.
That’s because the “two sides” in the American political system are really
two wings of the same establishment — the “right” and “left” boundaries of
what’s acceptable to our corporate-state ruling elite. Maybe it’s time to
look at the man behind the curtain.
|
Quando
pretensos adversários políticos compartem vocabulários e arcabouços
conceptuais comuns, a gente percebe que há algo errado. A implicação é
que “ambos os lados” de nossa narrativa política majoritária, longe de serem
mutuamente exclusivos ou mutuamente exaustivos, cobrem o espectro ideológico L-O(*) e compartem provavelmente 80% de suas assunções em comum. Isso
porque os “dois lados” do sistema político estadunidense são realmente duas
asas do mesmo establishment — os limites de “direita” e “esquerda” do que é
aceitável para a elite dirigente de nosso estado capitalista. Talvez seja hora de
olhar para o homem atrás da cortina(**).
|
(*) Ver
a explicação de Thomas Knapp nos comentários, abaixo do texto original: ‘Minha
assunção é a de que, se o espectro ideológico cobre de A a Z, essa parte dele
cobre de L a O.’
|
|
(**)
Ver http://aneweric.com/index.php/pay-no-attention-to-that-man-behind-the-curtain?blog=1
Essa cena de O Mágico de Oz é curiosa porque o homem atrás da cortina, como
vocês sabem, é o homem que opera a máquina de efeitos especiais que cria o
Grande e Poderoso Oz. Na realidade, o Grande e Poderoso Mágico de Oz é
meramente um homem atrás de uma cortina. Desmascarado, ele diz a Dorothy e
aos amigos dela para ‘ignorarem o homem atrás da cortina’, pois atentar para
o homem atrás da cortina é ficar sabendo que o pretensamente poderoso mágico
é apenas um homem comum.
|
|
Citations
to this article:
|
Citações
deste artigo:
|
Kevin Carson is a senior fellow of the Center
for a Stateless Society (c4ss.org) and holds the
Center's Karl Hess Chair in Social Theory. He is a mutualist and
individualist anarchist whose written work includes Studies in
Mutualist Political Economy, Organization Theory: A Libertarian
Perspective, and The
Homebrew Industrial Revolution: A Low-Overhead Manifesto, all of which are freely available online. Carson has also written
for such print publications as The Freeman: Ideas on Liberty and a
variety of internet-based journals and blogs, including Just Things, The
Art of the Possible, the P2P Foundation, and his own Mutualist Blog.
|
Kevin
Carson é integrante sênior do Centro por uma Sociedade sem Estado
(c4ss.org) e titular da Cadeira Karl Hess do Centro. É anarquista
mutualista e individualista cuja obra escrita inclui Estudos em Economia Política Mutualista, Teoria da
Organização: Uma Perspectiva Libertária , e A Revolução Industrial Gestada em
Casa: Manifesto de Baixo Overhead, todos disponíveis
grátis online. Carson também tem escrito para publicações impressas tais como
O Homem Livre: Ideias acerca de Liberdade e diversos periódicos
e blogs na internet, inclusive Apenas Coisas, A Arte do Possível,
a Fundação P2P e seu próprio Blog Mutualista.
|
Wednesday, May 23, 2012
C4SS - Free Trade? Free Your Mind!
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment